sexta-feira, 11 de março de 2011

QUARESMA. TEMPO DE ORAÇÃO

Olá, amigos, inicia-se com a Quarta-feira de Cinzas o Tempo da Quaresma. Podemos considerar esse tempo como um grande retiro espiritual de quarenta dias, no qual somos convidados a nos colocar no deserto com Jesus.  A intenção desse retiro é optar pela vontade de Deus Pai, em todas as circunstâncias. Na companhia de Jesus, vamos renunciando as tentações mais comuns do coração humano. Desde o começo elas estão presentes. Quando o tentador se dirige aos primeiros pais, logo lhes diz: “sereis como deuses” (Gn 3,5). Querer ser como Deus leva o homem a não assumir a vontade d’Ele. Querer ser como Deus, faz o homem querer ser aquilo que não é, e ter aquilo que não tem. Eis o caminho para a corrupção, para o pecado, para a morte.
A proposta de um retiro espiritual com Jesus nos ajuda a descobrir a nossa filiação divina, na contemplação do rosto de Jesus. É n’Ele que encontramos força para passar através dos sofrimentos e dificuldades da vida sem negar o amor de Deus por cada um de nós.
Aprendemos com Jesus a nos alimentar de sua Palavra, que segundo o Evangelho, é “Espírito e vida” (Jo 6,63), ou dá vida eterna (cf Jo, 6,68). A Palavra do Senhor nos enche de confiança. Faz-nos vencer a tentação de transformar Deus em um grande mágico (ou gênio da lâmpada) que atende todos os nossos desejos humanos, como se pudéssemos manipulá-lo. Na verdade, é optando pela vontade de Deus que alcançaremos a plenitude da vida.
Em Cristo, nascemos para a vida de filhos de Deus. Recebemos a graça da filiação. Ele nos comunicou o seu Espírito que em nós clama: “Abá, Pai”. Esta graça é o socorro de que precisamos para vencer as trevas do mal que estão em nós. O retiro da Quaresma é a oportunidade de renovar as nossas forças e, com Jesus, renunciar os prazeres do mundo que nos enchem de orgulho e nos fazem querer viver como se não fôssemos filhos de Deus. Os prazeres do mundo, muitas vezes, nos levam a transformar os ídolos em deuses, que tomam o lugar de Deus. Jesus é direto: “vós não podeis servir a dois senhores” (Mt 6,24) e: “adorarás o Senhor, teu Deus, e só a ele prestarás culto” (Mt 4,10).
            A Quaresma, portanto, é tempo de conversão ao projeto de Deus. Essa conversão começa pela escuta e acolhida da Palavra de Deus, que nos propõe buscar em primeiro lugar o Reino de Deus e a sua justiça. Na celebração das cinzas, ouvimos o apelo: “convertei-vos e crede no Evangelho!” Neste itinerário quaresmal, três aspectos nos ajudarão no nosso processo de conversão: a oração, o jejum, e a caridade.
            O percurso da Quaresma é acompanhado pela realização da Campanha da Fraternidade – a maior campanha da solidariedade do mundo cristão. Cada ano é contemplado um tema urgente e necessário. A Campanha da Fraternidade é uma atividade ampla de evangelização que ajuda os cristãos e as pessoas de boa vontade a concretizarem, na prática, a transformação da sociedade a partir de um problema específico, que exige a participação de todos na sua solução. Ela tornou-se tão especial por provocar a renovação da vida da igreja e ao mesmo tempo resolver problemas reais.
            Seus objetivos permanentes são: despertar o espírito comunitário e cristão no povo de Deus, comprometendo, em particular, os cristãos na busca do bem comum; educar para a vida em fraternidade, a partir da justiça e do amor: exigência central do Evangelho. Renovar a consciência da responsabilidade de todos na promoção humana, em vista de uma sociedade justa e solidária.
            Neste ano, a Campanha da Fraternidade tem como tema: “Fraternidade e vida no Planeta”, e como lema: “A criação geme em dores de parto” (Rm 8,22).

Pe. Gil

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